Mudanças nem sempre são bem-vindas. Muitas vezes, mesmo sabendo da necessidade de mudar algo em nós ou em nossa rotina, deixamos isso para lá, para um outro dia, quem sabe?
Mas, para mim, Agosto de 2018 foi um mês diferente. Foi o mês em que eu resolvi mudar. E tomei a decisão por diversos motivos!
Trabalhar como professora, ser dona do próprio negócio, ser esposa, dona de casa, dona de si mesma… são muitas tarefas para uma única pessoa!!! E isso porque eu ainda não sou mãe, apenas madrasta e cuido do meu enteado em um final de semana a cada quinze dias ou quando necessário.
Que eu sabia que precisava mudar, ahhh, isso eu sabia com certeza. Mas sempre havia um… “semana que vem eu mudo”, “segunda-feira eu começo”, “ainda não tenho tempo”, etc, etc.
Mas às vezes a vida nos impõem alguns limites e o meu limite acabou de chegar!
Histórico
Desde 2013 mais ou menos, quando eu comecei a deixar de ter um peso saudável para viver no sobrepeso (sim, dos 27 anos para cá eu engordei 25 quilos!!!), eu passei a conviver constantemente com dores na coluna sempre que eu fazia algum tipo de esforço.
Para quem trabalhou a vida toda sentada por cerca de 8 horas, não era nenhuma novidade perceber que qualquer esforço em pé travava a coluna. Felizmente eu me esforçava muito pouco porque morava com os meus pais e não precisava fazer muita coisa em casa.
Mas em 2015 eu saí da casa dos meus pais para morar com o meu marido… o que me fez fazer algumas atividades domésticas que eu não estava habituada a fazer. Mas, assim que consegui por tudo em ordem, contratei uma pessoa para fazer a faxina semanalmente, então, mais uma vez, mascarei as dores, porque pouco me esforçava.
Em 2016 eu saí para viajar no final do ano e, quando retornei, em Janeiro de 2017, a cada dia que passava eu sofria com crises de enxaquecas, que eu nunca havia tido.
Lembro que nesta época eu estava com um escritório aberto próximo a minha casa e, todos os dias, não conseguia ficar lá por mais de duas horas. Eu basicamente despachava o que precisava para os clientes e corria para casa para me deixar no escuro.
Era raro o dia em que a cabeça não doía e a dor já passava do aceitável para o insuportável. Houve vezes em que a crise se manifestava enquanto eu estava dirigindo e a dor era tanta, que muitas vezes me causava confusão mental, do tipo que me fazia “esquecer” o meu destino.
Depois de ter passado por um hospital no ABC, onde eu moro, resolvi buscar por uma instituição mais séria em São Paulo. Lá eu fiquei internada por um dia e uma noite e “me viraram de cabeça para baixo” até descobrirem o que eu tinha.
Fiz exames de sangue, tomografia, ressonância magnética e outros exames que constataram que eu estava com uma inflamação na cervical — o que explicava o porque de os remédios analgésicos não fazerem efeito.
Saí do hospital com a missão de procurar um especialista em coluna, mas isso já era meio de fevereiro e eu havia acabado de receber uma proposta para fechar meu escritório em Santo André e me mudar para o Morumbi, num prédio maravilhoso com um custo muito menor. E eu aceitei!
Passado alguns meses, dirigir durante duas horas para ir e mais duas horas para voltar me fez lembrar da minha missão em procurar um especialista, afinal, minha coluna estava ficando cada vez mais frágil. O médico que eu havia escolhido me pediu apenas um raio-X diferenciado e me encaminhou para o RPG (Reeducação Postural Global).
Mais uma vez, resolvi que era melhor voltar a atuar em homeoffice, pois com a coluna frágil como estava, ficava inviável dirigir diariamente por 4 horas.
Posso afirmar com toda certeza que o RPG melhorou muito minha condição, mas as dores permanecem sempre que eu faço algum tipo de esforço.
A mudança atual
As sessões de RPG completaram um ano este mês e há cerca de um mês eu precisei passar em um médico para pegar mais guias para continuar com o tratamento. Como não estou mais indo para o Morumbi há muito tempo, resolvi procurar um médico que atendesse mais próximo.
Este novo médico olhou o resultado do raio-X realizado no ano anterior e me pediu um novo exame. Desta vez eu faria uma ressonância magnética, que mais uma vez foi certeira: hérnia de disco na lombar (onde eu morro de dor) e na cervical.
Da primeira vez que eu fiz o exame, eu fiz somente da cabeça, por conta das crises de enxaqueca. Acredito que se algum médico tivesse pedido para fazer a ressonância da coluna toda desde o começo, eu poderia ter começado o tratamento lá atrás e evitado um desgaste maior. Mas, como a gente não pode voltar ao passado, vamos começar agora, né!
E o médico foi bem claro comigo: é preciso perder peso também! Além disso, precisará fortalecer a coluna com musculação, continuar com o RPG e outras fisioterapias.
OK, mas como vou dedicar tempo a esse tratamento? Eu tenho ido à academia aos trancos e barrancos e tudo na minha vida estava sendo feito de qualquer jeito.
E eu, a pessoa do TOC (transtorno obsessivo compulsivo) das coisas perfeitamente perfeitas estava com tantos afazeres, que nem o TOC estava sendo efetivo (sim, eu acredito que tenho e não acho que ele me atrapalhe. Na verdade, eu até gosto de conviver com ele, porque me faz ser uma pessoa mais organizada).
Os trabalhos que eu sempre fiz com amor e capricho estavam (para mim, super metódica) bem abaixo do que eu gostaria de entregar. Minha casa vivia numa bagunça sem fim (tinha dias que eu nem conseguia arrumar a cama, o que é a morte para mim!!!) e a alimentação de mal a pior. Os quilos que eu havia eliminado estavam voltando pouco a pouco.
Por isso, com a descoberta das hérnias e toda essa bagunça na minha vida, eu resolvi mudar!!!
Resolvi que era tempo de deixar de lado a atividade que mais me tomava tempo e mais me deixava stressada. Então resolvi fechar a agência por tempo indeterminado, até que eu consiga atingir minha meta de perda de peso e consiga melhorar as questões da minha coluna, fortalecendo-a o necessário para evitar de travá-la.
Sim, minha coluna fica travada a ponto de eu não conseguir nem me virar na cama!!!! Como eu falei, o RPG tem me ajudado muito. Já faz um tempo que, quando ela trava, trava com menor intensidade e, com muita dor, eu consigo ao menos me mexer quando estou deitada, mas a sensação de estar paralisada do quadril para baixo é de assustar. E a dor? Nem preciso descrever, não é mesmo?
Muitas pessoas vieram elogiar minha atitude e eu fico muito feliz por isso!
Não é fácil de repente você tomar a decisão de largar o seu trabalho principal (além da agência eu também sou professora do curso técnico de publicidade em uma escola em Santo André) para cuidar de si mesma. Mas era necessário!
Decidi, então, começar uma nova jornada, a de contar a minha vida aqui e também falar sobre assuntos variados porque preciso continuar “trabalhando”. Quem trabalha (muuuuuuito) desde muito nova, acha estranho parar, assim, do nada! Então venha comigo escrever este novo projeto, que me possibilitará ter uma vida mais tranquila, livre e flexível.
Seja bem vinda ao meu blog,
Boa leitura
Juliane Torres
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